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(Carlos Damião) Exposição resgata o belo percurso artístico de Bonson

Exposição resgata o belo percurso artístico de Bonson Ele deixou uma contribuição inestimável para a leitura e compreensão da cidade. Obras estarão no Museu Histórico de SC a partir do dia 14 Enfim, um evento digno da grandeza artística de Sérgio Bonson (1949-2005), quase 20 anos após a exposição que ele realizou no Museu Victor Meirelles e exatos 12 anos depois de sua morte, completados na sexta, dia 8. O Museu Histórico de Santa Catarina apresentará no dia 14 deste mês, a partir das 18h, a Mesa de Conversa "Arte cidade, história e patrimônio cultural: reflexões a partir da obra de Sérgio Bonson".

Sérgio Bonson, em retrato de 2004 - Sérgio Vignes/Divulgação/ND

No museu, a mostra “Bonson Revisitado: Percursos” (até 4 de janeiro de 2018) reunirá obras e objetos de um dos mais importantes artistas visuais de Florianópolis em todos os tempos, um memorialista que dedicava horas e horas do seu cotidiano a desenhar e pintar cenários e personagens da capital catarinense. Durante cerca de oito anos, Bonson retratou em desenhos e aquarelas grande parte do Centro Histórico, eternizando caprichosamente o patrimônio arquitetônico e outros detalhes interessantes da paisagem urbana.

A curadoria da exposição é de Michele Bete Petry, educadora e historiadora, que pesquisou o trabalho do artista. “Enquanto flâneur, ele procurava manter um distanciamento das pessoas. Imersão para capturar o movimento da cidade e introspecção para elaborar sua obra. A rua era seu local de estudo, trabalho e prazer, era seu próprio objeto de expressão artística.

Não por acaso, o primeiro desenho de Bonson é o de uma rua que leva a um bar que ele frequentava com os amigos. Trata-se da Rua Saldanha Marinho”, diz Michele, num artigo para a revista da ANPUH ((AssociaçãoNacional dos Professores Universitários de História).

Rua Trajano, escadaria e Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, obra de 2004 - Reprodução Sérgio Vignes/Divulgação/ND

Artista inquieto

Na apresentação da exposição de 1999, no Museu Victor Meirelles, o escritor e editor Cleber Teixeira (1938-2013) fazia referência ao “artista inquieto, estudioso e produtivo” representado por Bonson. “Ele transita pela gravura, a aquarela e, claro, pelo desenho, a base de todo trabalho gráfico. Sem o domínio do desenho seu livre trânsito por várias técnicas estaria comprometido, não passaria de uma aventura inconsequente. Bonson é antes de tudo um desenhista de cuja obra é bom falar. Mais conhecido por seu trabalho gráfico como cartunista, o artista paga o preço deste sucesso: suas aquarelas, belíssimas, são bem menos conhecidas, merecem maior divulgação, mas é bom não esquecermos que a obra jornalística de Bonson também deve ocupar o espaço nobre da galeria de arte”.

Vida nas redações

Bonson foi um dos mais destacados cartunistas de Santa Catarina. Marcou presença nas páginas de O Estado, Jornal da Semana, Jornal de Santa Catarina e A Notícia (AN Capital) da década de 1970 até o início dos anos 2000. Provocador, irreverente, divertido, antenado, foi autor também de tiras que fizeram muito sucesso, como Waldirene – a AM e Soiza, personagens tipicamente manezinhos, sempre envolvidos em situações engraçadas ou inusitadas. Bonson era um crítico mordaz da política e do cotidiano, além de ter sido um importante ativista político durante a resistência à ditadura civil-militar implantada em 1964. Foi preso e enquadrado nas leis do arbítrio.

Formado em História, culto, leitor voraz, ele marcou sua presença nas redações por onde passou ao longo de três décadas. Ficava indignado quando uma charge não passava pelo crivo do editor. “Estás me censurando?”, bradava em voz alta, em tom de irritação debochada. Mas acabava refazendo o trabalho, numa abordagem menos ostensiva ou obscena. Políticos de diferentes perfis passaram por sua prancheta (desenhava a lápis e finalizava com nanquim, nos tempos em que não havia computador), em especial os governadores Antônio Carlos Konder Reis, Jorge Konder Bornhausen, Esperidião Amin, Pedro Ivo, Vilson Kleinübing, Paulo Afonso e Luiz Henrique da Silveira. Também não escapavam prefeitos como Edison Andrino, Esperidião Amin, Bulcão Viana, Sérgio Grando e Angela Amin.

Essa parte de sua história de vida – cartunista e chargista – também estará na exposição, assim como esboços, estudos e material de desenho e pintura.

CARLOS DAMIÃO - 10/12/2017 19H15 - 10/12/2017 20H24 [..] - Leia mais em https://ndonline.com.br/florianopolis/coluna/carlos-damiao/exposicao-resgata-o-belo-percurso-artistico-de-bonson

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