BONSON (1949 - 2005), como assinava seus trabalhos e ficou conhecido, formou-se em História pela Universidade Federal de Santa Catarina e como autodidata tornou-se caricaturista, chargista, cartunista, desenhista, aquarelista e artista plástico. No decorrer de 30 anos, trabalhou como chargista nos jornais O Estado, Jornal de Santa Catarina, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Diarinho do Litoral, A Semana, Bernunça e Afinal, tendo reunido e publicado parte de suas charges nos livros "Waldirene, a AM"(1987), "Tudo pelo Soizal" (1990), e "Bonson sem censura: 10 anos inticando com os reis do nhenhenhén" (1996). Durante o período, Sérgio Bonson também realizou desenhos e aquarelas da cidade de Florianópolis, sendo algumas obras conhecidas por meio de exposições e outras, ainda inéditas, que permanecem como esboços ou inacabadas. Trata-se, portanto, de uma significativa produção artística para a história, memória e patrimônio cultural da cidade.
Renomado pelas expressões gráficas de humor (caricaturas, charges e cartuns) que publicava diariamente em jornais, Sérgio Bonson mostra outra parte de sua produção artística, entre 1998 e 2005, dedicada aos desenhos e aquarelas da cidade de Florianópolis. Ao mesmo tempo que os monumentos históricos da cidade, como o Mercado Público Municipal, a Igreja Matriz e o Museo Victor Meirelles, são motivos centrais, o artista surpreende ao oferecer um olhar que poderia ser o de qualquer transeunte pelas ruas do centro da capital. Em suas obras, a cidade de Florianópolis aparece como um emaranhado de símbolos, antigos e modernos, que indicam a coexistência e o contraste entre o passado e o presente, como na aquarela da Rua dos Ilhéus ou na Sanguínea da Av. Osmar Cunha. O espaço da cidade é apreendido, ainda, como um território de passagem e um lugar praticado inclusive por ele mesmo, que retrata lugares de significado pessoal, como a casa em que morava na Rua Pedro Ivo. Entre memórias coletivas individuais, Bonson registra os pontos de vista que o inspiravam, assim como o seu próprio percurso na cidade, os quais podem ser revisitados nesta exposição.
